Desde muito pequeno, sempre fui apaixonado por carros e principalmente por velocidade. Afinal, qual garoto nunca sonhou em viver como um verdadeiro piloto, ganhando corridas, subindo ao pódio e levantando taças?
Meu pai alimentou esse sonho e me ajudou a dar o
primeiro e grande passo. Quando completei 8 anos, ganhei um kart profissional e
comecei a praticar seriamente, corria durante horas, três vezes na semana. Isso
durou uns 2 ou 3 anos, até que surgiu a oportunidade para eu participar de um
campeonato paulista. Fazendo o melhor tempo na pista entre meus colegas de
treino, não via a hora de poder competir, e assim, talvez poder levar para casa
o troféu que eu sempre sonhei. Inscrição feita e ansiedade batendo no teto,
faltava só um mês para a prova!
Meu pai comprou uma casa em Indaiatuba, interior de São
Paulo nessa mesma época e todo sábado quando saía do kartodromo nós viajávamos
para lá. A cidade é perto, então as viagens eram super rápidas. Em um desses
fins de semana, voltando de lá, meu pai acabou capotando o carro, devido à
forte chuva e à colisão de um outro carro na traseira do nosso. No impacto
quebrei meu fêmur direito e sofri um traumatismo craniano. Tive que operar a
perna e por sorte, meu próprio organismo absorveu o coágulo formado em minha
cabeça. No total, fiquei duas semanas na UTI e obviamente nao tive condições de
disputar o campeonato.
Quando já estava apto à voltar aos treinos, sem me deixar saber,
meu pai marcou com todos meus amigos e conhecidos que corriam comigo e fizemos
nosso próprio campeonato. Nunca me senti tão realizado na vida.
Sim, eu era criança, mas foi sem dúvida o que mais me marcou
até hoje! O acidente foi extremamente grave e traumático, portanto, saber que
estava vivo e saudável ali, podendo fazer o que mais gostava e ainda com toda
aquela surpresa, foi demais, mais do que emocionante!
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