Eu estava prestes a deixar minha cidade, iria me mudar pra São
Paulo no dia seguinte pela manhã, então eu e umas amigas decidimos ir a um pub
despedir dos velhos amigos e dos velhos hábitos.
Não muito depois das 3h da manhã, mas de muitas cervejas
decidimos voltar para casa.Entramos no carro e minha voz competia com o som
alto, reclamávamos das injustiças da vida e das pessoas em ambientes sociais
fingindo ser algo que não são. E em uma fração de segundos o som das nossas
vozes e da música foi abafado por um grande barulho de batida e então, tudo se
tornou fumaça.
As consequências físicas foram praticamente nulas, apenas
alguns arranhões e membros deslocados. Já as psicológicas não foram tão fáceis de
lidar, eu senti uma necessidade enorme de viver, de aproveitar cada momento e
cada lugar, de não deixar escapar uma oportunidade e ao mesmo tempo uma
necessidade de não me arriscar o suficiente pra pôr tudo a perder.
E eis que estou aqui, vivendo uma espécie de segunda chance,
tentando aproveitar cada oportunidade que aparece, mas de alguma forma sempre
tentando sabotar os riscos, sabotar a fugacidade da vida.
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