quarta-feira, 20 de março de 2013

O Acidente

Eu tinha 10 anos, eu estava passando minhas ferias de julho na Franca. Desde que eu cheguei da Franca, no Brasil, com 3 anos, eu sempre passo o mes de julho e o de janeiro na Franca. Era um verao commun, eu estava brincando com as minhas bonecas antes de ir encontrar meu pai, pois eu estava em casa com a minha mae e minha irma. Minha irma gritou "Mamae vou dar a ultima volta de motinho", minha mae falou que tudo bem e que ela ia tomar banho pra se arrumar. Minha irma tinha 12 anos. Depois de uns 15 minutos, eu escuto "AJUUUDAAA". Meu corpo estremeceu inteiro. Eu corri para o jardim, quando eu vejo minha irma no chao, com o capacete, e toda cortada. Ela tinha passado por uma porta de vidro com a motinho eletrica. Meu padrasto estava do lado dela tentando fechar os cortes enormes que ela tinha nas pernas e nos bracos. Eu corri para o banheiro, quando meu pai ligou no telefone para saber se minha mae ia nos deixar logo com ele. Eu nao conseguia falar, so chorava e gaguejava. Minha mae, nao entendia nada, ela estava saindo do banho no maior desespero porque sabia que algo tinha acontecido. Desligamos entao o telefone, deixando meu pai desesperado tambem pois nao sabia oque estava acontecendo com suas filhas. Eu voltei para o jardim com toalhas, e comecei a fazer pressao nos cortes da minha irma pra ela nao perder tanto sangue. Foi o pior momento de minha vida. Eu vi minha irma, o interior dela, a perna dela aberta, deixando os musculos cheios de sangue aparecendo. Mas eu tinha que ser forte pois quem estava sofrendo era ela, eu tinha que ajudar. Minha mae chamou a ambulancia, e veio ajudar a segurar os cortes de minha irma. Estava um sol escaldante do verao europeu, eu fui entao buscar um guarda-sol e fiquei segurando ele para proteger minha irma. Esta experiencia foi uma das experiencias mais marcantes da minha vida, pois eu nunca havia visto nenhum acidente, e o primeiro que eu vi, foi com minha irma. Um sentimento horrivel invade seu corpo, com um medo de nao poder ser util, pra salvar a vida da pessoa que voce ama. Eu queria fazer tudo que eu pudesse pra ajudar, mas so podia segurar suas feridas com toalhas e segurar o guarda-sol enquanto a ambulancia nao chegava. Hoje em dia ela tem cicatrizes enormes nas duas pernas e no braco direito. Virou uma caracteristica dela, suas cicatrizes. Sem elas nao seria a mesma pois marca um momento muito marcante na nossa vida, e nao sao feias as cicatrizes, sao um charme, uma coisa unica, por mais que as pessoas ao primeiro ver se assustem um pouco.

Chloe Cavelan

Nenhum comentário:

Postar um comentário