Para começar, o que mais me marcou de primeira foi um abraço
apertado da minha “mãe” australiana tentando me amparar quando eu estava
perdida, triste e desemparada. Foi a partir do meu primeiro dia na Austrália,
que eu comecei a criar um vínculo tão forte com essa família linda. Três
crianças, um casal e dois cachorros... nada mal para quem morava apenas com a
mãe. Além de uma família, ganhei quatro amigas inseparáveis logo no primeiro
mês. Com elas viajei pela Austrália e até para a Ásia - Indonésia e Tailândia,
acho que nunca visitei lugares mais lindos que esses dois países. É um
contraste absurdo entre miséria e praias incrivelmente lindas. Sem contar nas
pessoas que tive oportunidade de conhecer, latinos, asiáticos, árabes,
americanos, australianos, africanos, brasileiros de toda parte do Brasil e
europeus, até namorei com um, era suíço alemão.
É claro que dentre experiências como essas, existem umas
tristes... como quando presenciei um amigo meu internado num hospital para
loucos por ter exagerado nas drogas. Foi bastante chocante ver a situação na
qual ele se encontrava, não sabia nem mesmo quem ele era, estava completamente
alucinado, se debatia, não confiava em ninguém, apenas em mim. Existem também
as esquisitas... como quando fui viajar para o deserto da Austrália e tive que
dormir em sacos de dormir ao ar livre em cima de um tapete de formigas e
insetos bem esquisitos. Não posso esquecer, que passei um calor infernal e
andei que nem um camelo o dia todo. Exatamente um mês depois viajei para
Melbourne, uma cidade com baixas temperaturas da Austrália, então dá perceber
que em pouco tempo fui do calor extremo ao frio extremo.
É impossível descrever em um pequeno texto tudo o que vive
em 2011 (período em que morei lá). Fui do 8 para o 80 diversas vezes, conheci
pessoas e culturas incríveis, encontrei a felicidade em pequenas coisas, ganhei
uma nova mãe, morei uma quadra longe da praia, andei de skate e surfei, fiz uma
tatuagem em homenagem a experiência que tive... ou seja, as mais diversas experiências
em uma única viagem. Saudades é o que restou dela!
Juliana Matteucci
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