sábado, 16 de março de 2013

Uma tarde em Giverny


   Desde pequena sempre gostei muito de Claude Monet. O primeiro contato que tive com o artista foi através de um livro que meu pai me deu quando eu tinha aproximadamente 4 anos. Neste livro continham diversas obras dele, e lembro que eu passava horas observando-as em seus mínimos detalhes, mesmo sem entender nada sobre movimentos artísticos e quão importante Monet foi. As obras que mais me despertavam interesse eram as que retratavam a natureza; o aspecto puro através do qual ele a pintava, se utilizando de um jogo de luzes peculiar, me fascinava. Podiam me mostrar um quadro e eu saberia dizer se era de Monet ou não. As obras que mais me encantavam eram as da Ponte Japonesa; ela é retratada de forma tão bela e harmônica que me parecia mágica.
   Eis que em 2007, eu e minha mãe fomos para a França. Visitamos alguns lugares, mas passamos mais tempo em Paris. Dias antes de voltar, um motorista brasileiro nos sugeriu uma visita a Giverny, pequeno vilarejo há menos de 1 hora de Paris, local onde Monet viveu metade de sua vida e que serviu de inspiração para suas obras que tanto me marcaram desde pequena. Resolvemos ir no dia seguinte, logo após o almoço. Ao chegar no calmo vilarejo, me deparo com casas de estilo mais antigo, com telhados de barro e muito verde ao redor – assim como a de Monet. Fizemos um tour por sua casa, decorada de forma aconchegante, e por sua coleção de estampas japonesas. Ao chegar no quarto dele, fomos na janela ver a vista, e pela primeira vez vi seu enorme jardim. É algo surreal de tão bonito, como se estivéssemos vendo seus quadros ao vivo. Há uma variedade incrível de vegetação, compondo um cenário colorido que nos faz compreender o motivo deste jardim ter sido fonte de inspiração para suas mais belas obras, na minha opinião. Subir na ponte japonesa sob as flores de lotus foi o ápice da visita. Parece que a vista foi calculada com exatidão de tão perfeita. Podia-se notar o encantamento de todos os turistas que estavam lá. E essa, com certeza, foi minha experiência estética mais marcante até hoje.

Thaís Molina

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